21/02/2008

Shiti...rolas

Outrora vazio
Hojora vago
Amanharola Nada

Nada...Só abrir os olhos oh gabarolas!
Boa sorte, estás por tua conta.
E eu...finalmente (alívio) por minha!
Adios !

19/02/2008

delight

pareceu real...
O toque fugidio (?) sentiu-se em passos flutuantes por meios urbanos e cinzentos.
Os químicos pulsaram latents até que um caderno apressou o encontro.
Impulsivo e delicioso.Delicioso.
Seguimos lado a lado adivinhando o que viria, embora a adrenalina nos dominasse nesses instantes divinos.
A banalidade do comboio, não foi sentida, apenas os segundos da sua presença.Não éramos ninguém antes, só aí começámos a viver.
Veio um momento, o outro e muito mais.
Cumplicidade , ingenuidade doce .
Por momentos...
Ao reencontrar-se, a própria realidade se viu submersa neste mar imaginário, tão azul nas suas profundezas que tudo tornou em prazer.
Há quanto tempo...

17/02/2008

Escrevemos porque não temos com quem falar

Escrevemos porque não temos com quem falar.
Essa é que é essa!
O Diálogo tão vital e tão urgente é escasso.
É esporádico e bastante exigente face às condições com que se digna a manifestar-se.
Então, recolhemo-nos e reencontramo-nos, reinventando linhas de comunicação paralelas.
E sendo esta a realidade também eu me esforçarei por escrever cada vez melhor.
Mas a verdade, é que eu não fui feito para escrever.
Aliás penso que ninguém foi.
Não sei se continuo a acreditar no diálogo na sua plenitude mas que o continuo a desejar é certo.
Imagino, por exemplo, a Grécia Antiga, os seus filósofos e os seus discursos.
E é estar a imaginar um tempo e uma terra "literárias", com "escritores" livres declamando, à solta, os seus contos, os seus poemas, os seus ensaios a quem passa na rua. Cultivando em cada pessoa em cada pequeno pedaço de terra os seus sonhos, os seus ideais, as suas personagens, o seu mundo.
Devem ter sido tempos áureos estes. Se foram como os imagino. Ou melhor, como os quero imaginar...
Tempos em que o diálogo existia.
Essa arte divina. Esse convívio celeste.
Em que as palavras ganhavam vida, ganhavam corpo, ganhavam forças nos gestos do seu autor e expressão nos olhos, e música no tom que este lhes emprestava.
O "artista" podia tocar nas pessoas que o estavam a ouvir que estavam a partilhar o seu entusiasmo. Podia ver nelas, até, a reacção imediata ao que dizia. Podia ouvir, prontamente, a resposta ao que oferecia. E responder com igual prontidão no calor do momento.
Isto sim era diálogo! E eu amo o diálogo. E amo-o porque é nele que a vida acontece.
Por fim, gostaria de questionar se Montaigne teria escrito os seus ensaios caso o seu caro amigo La Boétie não tivesse morrido. Se teríamos o privilégio de os ler se tal não tivesse acontecido. Aliás ele próprio disse que escrevia os ensaios imaginando-se em diálogo com La Boétie. Portanto só este pequeno pormenor já me parece uma boa pista.
Mas pronto ficou a propriedade, o livro.
Contudo, tivesse sido dada a escolha entre uma coisa e outra, a Montaigne, e, certamente, ele prescindiria da sua propriedade e regozijar-se-ia com o fluxo "anónimo" natural da vida.

Regresso às aulas

Hoje acordei oniricamente envolto em volúpia com uma rapariga com quem costumava passar férias.
Foi uma noite de sonhos quentes e belos. Sonhos selvagens.
Sonhos que pretendem vir a ser mais que meros sonhos. Aliás, que o exigem.
E como acordei sobressaltado. Louco de desejo, louco pela acção para o qual este me impelia, mas inapto para qualquer outra. Muito menos académica ou profissional.
No entanto, foi para a faculdade que me dirigi logo pela manhã com os intestinos revoltosos, incapacitados de gerir tanta vontade interna, tanta íntima exortação sendo frustradas.
Estando já lá e achando, quase convicto, que era ali mesmo que tinha que estar tive que me controlar. E fosse possível reprimir e reprimiria de bom grado esses sentimentos para mais tarde, então, disponível, os atender. Mas tal não é possível com sentimentos desta natureza. Então, ignorando o entorpecido e tenso corpo lancei-me ao trabalho com todo o fervor. Estive atento às aulas inteiras e participei tanto quanto me foi permitido. Os actos, as palavras e o seu sentido não faziam eco em mim e não me reflectiam verdadeiramente. Mas isso não importava. Pois o mais importante era acalentar os instintos.
Benvindo às aulas Pedro Garcia!

08/02/2008

"A desilusão última que corrói tudo"
A mística primeira que se sobrepõe a tudo.

Melancólico sentimento , se o deixarmos, pode também encher-nos e consolar-nos.
Nem tudo foi em vão, Óh sentimento chato!
Foi só um percuso que agora me leva a outro.
Não deixa de ser pesada a transição caracterizada pela plenitude individual.A solidão é minha parceira, e por mais que seja penoso em certos momentos, não posso deixar de sentir que estou o mais bem acompanhada que alguma vez estive.É a amiga que mais me desafia e é também aquela que estará sempre presente.Cruamente lida com as minhas feridas, atirando-lhes alcool para cima.

O ardor...seguido pelo prazer.

06/02/2008

126 kms de distância
126 temporais
126 momentos de silêncio
126 copos de solidão
126 que passaram lentamente rápido chegando até hoje onde tudo está diferente.
Tudo mudou menos os 126.


Remetendo aos textos do ano anterior, rondado esta época, a dúvida permanece pertinente e eficaz.Ganhou levando-te a agir finalmente!Não era o que tanto ansiavas?
Alegra-te por teres deixado a intuição impulsiva tomar o lugar da racionalidade insegura.
Ao menos hoje tudo é mais sentido como querias, a sobrevivência sobretudo.
Alegra-te e deixa que chegue o127.

05/02/2008

o que existe no silêncio

Caminhos erróneos , ou pelo menos sempre me ensinaram que eram, exploro agora com a atitude de cientista que experimenta em si próprio.
De mim sou cobaia.
Porque será que nos atrai tanto o "novo"?
Saudável, quando bem direccionado, mostra-nos novos caminhos e no fundo sugere um modo de viver natural e humano.
Por vezes surgem situações em que nada disto importa, somos insignifcantes perante a significância de algo maior.
Ainda bem que existem.
De todas as formas, essas experiências servem de entretenimento para o frenetico raciocínio.
Parece que o equilíbrio necessita desse lado mau que tanto nos preenche de ar que se esvai no momento em que recuperas a consciência.Nessas alturas, a memória não registra e a tua existência...não aconteceu.
Confronta-nos a sensação de ter estado cheio e tão rapidamente estar vazio, sem existência e sem memória.
Para mim, é o silêncio que a nós se dirige numa linguagem inconsciente e nessa altura só ele existe verdadeiramente.
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