26/11/2008

Dia cinzento

Passo a passo foge o tempo hoje cinzento.
Quando te aventuras no olhar , a luz fere indefinida.
Cá dentro ouve-se e pensa-se.Tudo parece confuso e imprevisivel.
Somos adultos já e vamos ter sempre medo , mas hoje...Culpo o corpo que tem tanto de frágil como de poderoso.Deixo-me levar pelos impulsos masoquistas que alimentam as sombras que puxo e enrolo mais um cigarro melancolico.
O passado foge-me pela memória.Aflita vasculho os meios virtuais e refresco a tristeza de nao ter.
Até a esperanca desertou, e só ficou o vazio.

25/11/2008

'A amizade é o que fica depois das teias da lei'

Não há duas sem três,não há duas sem três,porque três foi a conta que Deus fez.
E, se a conta está pronta,à terceira é de vez...

Não há duas sem trêsmas, às duas por três tenho andado azarento
neste mês
.
Eu não era agoirento,mas agora talvez...
À primeira, parti um espelho.Nem sabia que dava azar...Feri-me num joelho, sujei a roupa toda, ao limpar.
À segunda, foi numa escada eu passei-lhe por baixo e... ZÁS!Caiu desamparada, levei com ela mesmo lá atrás
E não há duas sem três e eu sou tão bom freguês...
Mas estas coisas ocultas Cá p'ra mim são chinês!
Tenho que ir às consultas P'ra saber os porquês...
Não há duas sem três mas, às duas por três, comprei um amuleto contra a malvadez.
Sei lá no que me meto...
Não há duas sem três!
Já sonho c'um gato preto e não é gato maltês...Quero é salvar o esqueleto,
porque à terceira (uma)
porque à terceira (duas)
porque à terceira é de vez!

(Vês, como é de vez!)

Carlos Paião

24/11/2008

O refúgio no especial afasta-nos do verdadeiro.


13/11/2008

Não acho piada!

Não, não acho piada.
Não acho piada a essa tua beleza brutal,
Não acho piada à tua grande pose,
ao teu humor ininterrupto,
às tuas bocas invasivas,
ao teu sorriso fugidio,
aos teus olhos inquietos,
às tuas despedidas leves.
Leves e sem rancôr.
Não, não acho piada.
Eu levo-te muito a sério.

Nunca tive grande sentido de humor

Não, não acho piada!
Que se fodam vocês todos e mais a vossa paz pôdre!
Eu todos os dias sofro por não ser livre.
Todos os dias desejo viajar em cima do comboio que não quero que me transporte,
em pegar fogo à escola, ou em adormecer no meio dos arbustos de um jardim público.
E desejo apenas isso porque sou cobarde porque aquilo em que realmente sonho
é em almas desnudas, energias desprendidas, beijos apertados, sussurros berrados e relva e montes e cavalos e águias e mais nínguém, mais nínguém, só nós.
Mais nínguém. Todos nós.
E ai de quem nos dia algo! Ai de quem nos levante a voz!
O que temos é demasiado precisoso para ser posto em causa.