O invisível, no visível.

Eu que sei quem sou
quero-me perder na pergunta
conhecê-la trilhá-la e amá-la

Eu que me amo
Quero agora ser o amor
largar a mão do amado
o amparo do meu calor
e passar frio acompanhado

Eu que conheço o lugar onde pertenço
Não quero nele meditar
Quero-me despedir
pois vou caminhar

Quanto a voçês

Livrem-se de me dizer
onde vou parar

Itaca

Que sempre Itaca esteja no teu pensamento.
Chegar lá é o teu destino.
Mas nunca apresses a viagem.
É preferível que demore anos,
que sejas velho quando alcançares a ilha,
rico com tudo o que terás ganho no caminho
sem esperar que seja Itaca que te faça rico.
Itaca deu-te uma viagem maravilhosa.
Sem ela não haverias partido.
Mas ela já não tem mais para dar-te.

Poema de Kavafis

Pesas-me a existencia.

Com alegria.
Confusos estao aqueles que trabalham na máquina lá de cima; ou estarao eles a iludir-me disso.
A casca avanca a toda a forca e nao mostra sinais de querer parar...Avancamos entao, com a leveza peversa que pesa dez quilos de batatas, feijoes e ouro.
Vive-se por aqui...Em caminhadas, jantaradas, fumaradas...
Os santos estao quase a chegar.Gostava eu de chegar ate eles num frame do seguimento...Engracada a forma como sopro um pensamento querido e necessitado como quem desfaz o fumo com as maos...
Oico no fundo melodias ciganas oriundas de terras com catalas.
As duvidas reaparecem, ponho os pes no chao e impulsiono-me para voltar a flutuar no vazio.