24/12/2005

Trapezista

Sou um trapezista que não confia na fiabilidade da sua rede!

ZZBUUF!!!

Desafio qualquer medo.
Desafio qualquer obstáculo.
Desafio até a morte em pessoa.
Que a vida em mim não me permite continuar assim...
Numa presença platónica, que já nem se alimenta da sua matéria platónica, pois já não a satisfaz.
Reviro os olhos por completo e tomo consciência: que bela situação esta.
Agora, claro...
Mas assim continuará pelo infinito e mais além!

14/12/2005

O Pecado Capital

Quem será que nos vai contratar no ano que vem?
Quem será que nos vai enganar no ano que vem?
Quem será que nos vai dizer que não tem dinheiro?
Quem será que vai chuchar no dedo o ano inteiro?
Quem será que nos vai encantar com tudo o que viu?
Quem será que vai falar de coisas que nunca viu?
Quem será que vai ser fuzilado no Chile?
Quem será que vai ser torturado no Brasil?

Quem está por cima afirma que a razão do mal
Só tem a ver com o pecado original
Mas diz o povo que o pecado essencial
É o capital

Será desta vez que acaba o medo do comunismo?
Será desta vez que acbam com o analfabetismo?
Será desta vez que vai morrer a saudade?
Será desta vez que vai nascer a liberdade?
Será desta vez que o mundoassiste ao conflito atómico?
Quem será desta vez resiste ao caos económico?
Será que alguém desta vez vai ter salvação?
Quem será que vai aproveitar esta canção?

Quem está por cima afirma que a razão do mal
Só tem aver com o pecado original
Mas diz o povo que o pecado essencial
É o capital

Quem está por cima afirma que a razão do mal
Só tem a ver com o pecado original
Mas diz o povoque o pecado essencial
É o capital

O pecado capital
O pecado capital


Jorge Palma e Pedro Osório

08/12/2005

Outro capítulo

- A vossa pergunta é, uma vez mais, pertinente. A minha resposta fará com que entendais mais profundamente a natureza da compaixão. Deveis saber que um sofrimento causado por um amor baseado no desejo e no apego é mil vezes mais doloroso do que uma dor resultante da compaixão. É conveniente distinguir entre os dois tipos de sofrimento – o primeiro é inútil e apenas serve para perturbar os nossos espíritos e os nossos corpos, ao passo que o segundo desenvolve a atenção ao outro e o sentido da responsabilidade. O amor compassivo permite fornecer a energia necessária para fazer face ao sofrimento de outrem. O amor baseado no apego e no desejo apenas gera mais angústia e sofrimento. A compaixão fornece o combustível para as acções sociais. Grande Rei, a compaixão é mais do que necessária e a dor que dela resulta pode revelar-se útil. Se não conseguirdes sentir o sofrimento dos outros, não sois verdadeiramente humano.

A compaixão é o fruto da compreensão. Praticar a Via do Despertar leva-nos a ver o verdadeiro rosto da realidade, que é impermanente. Cada coisa, sendo impermanente, não possui um eu separado. Tudo está condenado a desaparecer. Um dia, o vosso próprio corpo não existirá. Quando uma pessoa vê a natureza impermanente de todas as coisas, a sua concepção da vida torna-se calma e serena. A realidade da impermanência não perturba nem o seu corpo nem o seu espírito. Em consequência, os sentimentos dolorosos originados pela compaixão não estão impregnados da natureza amarga e grosseira que caracteriza os outros tipos de sofrimento. Pelo contrário, a compaixão dá mais força a qualquer pessoa. Grande Rei, hoje, aprendestes alguns dos princípios fundamentais da Via da Libertação.


Este texto é um excerto de um diálogo entre o rei Pasenadi e o Buda. Transcrito por Tich Nhat Hanh no seu livro "Sur les traces de Siddharta".

04/12/2005

-Andas por cá?
-Não, estou contigo.

03/12/2005

ELE

Vagueia-se pela rua deserta e conta as batidas dos seus passos.
Janelas fechadas, carros estacionados, folhas secas e pássaros adormecidos.
O sol já lá vai.
Intrigado por estar só, pára .
Sorri prosseguindo a marcha, acompanhando a suave brisa que vem das suas costas.
-O mundo é meus nem que seja por instantes._sussura
Aí, sente o total domínio sobre os seus gestos, sobre si, sente-se forte mesmo estando só.
E porque é sozinho que ele tem forças, sente-se capaz de enfrentar todos.

01/12/2005

Façam do sistema o vosso sistema

De direita ou de esquerda ou mesmo de alguma diagonal.
Façam do sistema o vosso sistema.
Contestando ou apoiando ou contestando e apoiando tornem-no vosso e sintam-no como tal.
É natural! É um direito adquirido.
Agora, descrentes é que não...
E então se forem do tipo pseudo-contestários, neurótico-compulsivos que vivem projectando, os quais com a sua atitude procuram um aconchegante, solitário e "mórbido" conformismo.
Isso não!