27/04/2007

Quando encontrei o post-it

Quando encontrei o post-it encontrava-me caído no chão de uma desconhecida casa de banho pública, tão imunda que ainda hoje sinto o seu cheiro nauseabundo e a sua assustadora textura. Estava deitado de barriga para cima nesse sujo chão quando abri os olhos e me vi no reflexo que o espelho do tecto me mostrava. Tinha um post-it espetado na testa. Ainda banhado pela sujidade do meu chão, e sem me levantar, retirei o pequeno papel amarelo da minha viscosa testa com alguma dificuldade e tentei lê-lo. A minha visão encontrava-se desfocada e a dormência na minha mente fazia-se sentir agressivamente, que nem picaretas, mas com um esforço intenso, movido pela perplexa curiosidade que o post-it me despertara, consegui ler a mensagem. “ O silêncio também é conversa Arnaldo, nunca te esqueças disso.”

ps: começar o texto com "Quando encontrei o post-it"

23/4/2007