29/01/2009

A lareira

Que raiva esta.
Da estagnação e do consentimento, da nostalgia e do conformismo, do comodismo, e de ti que andas aos saltos. Farto do acelarado, do touro e do artista, do marado e do anarquista, esses dormem todo o dia. Perturbam-me os rótulos, os catálogos e as etiquetas mas não esqueço as vossas marcas. De todos os que me lembro. Poeta ou cantor, pessoal do amor e o ilustrador, grafiter e/ou escritor. Peço-vos por favor que me apareçam em forma útil um dia e escrevamos um real manifesto de compromissos. Vamos cantar e amar, ilustrar e escrever, e aparecer com um sorriso amarelo, conformado mais um dia. Triste o dia em que já não acredito em mim e duvido dos outros.
O exagero afasta-me de tudo o que já esteve tão perto, a imensidão assusta-me e sinto mais perto o calor desta lareira; " Triste de quem vive em casa, contente com o seu lar, sem que um sonho, no erguer da asa, faça até mais rubra a brasa da lareira a abandonar!... "disse ele, pois com certeza quente se sentia, quente como era, no conforto do seu lar ou nas ruas a gritar.
Iludem-me as palavras e frustram-me os seus significados, a sua ligeireza e desprezo quando actuam em nome do homem. Que linguagem simples esta, a das nossas vontades.