De Vulnerabilidade ou essência para Vulnerabilidade e essência
Venho a subir a encosta da praia da ursa ,onde tinha acabado de viver momentos mágicos proporcionados pela minha primeira experiência de naturismo, acompanhada da sorte de ter a praia só para mim, quando cansado da subida naturalmente paro e viro-me de volta para a praia de modo a apreciar a paisagem. Como tudo aquilo era estupidamente belo, luminoso, grande e generoso. Como tudo aquilo me fazia sentido até às mais profundas entranhas. E que belas entranhas. Como sentia que pertencia e comunicava com todo aquele espaço, com aquela brisa aconchegante, com aquele mar, com cada árvore, cada planta. Pois cada uma delas é de facto única e parecia que me teria algo a dizer se lhe dispendesse o tempo necessário para o fazer.
Mas é engraçado como junto desta divina alegria; sim, divina, pois para mim isto é inequivocamente divino; apareceu, mais uma vez, uma certa onda depressiva que normalmente me atacaria forte e me levaria imediatamente a pensar que algo em mim estava mal. Se estava a sentir aquilo é porque não poderia estar a proceder bem. A velha história da culpabilidade. Contudo estava lúcido o bastante nessa altura e não caí na ratoeira. E digo ratoeira porque o que realmente percebi é que se havia ali algo que não estava a bater certo não era eu certamente. Encontrando-me no fim de um momento verdadeiramente feliz estava de regresso. De regresso ao imobilismo caseiro, à cidade que cada vez vejo mais como algo decadente, sem rumo e sem carácter, de regresso a pessoas que não vislumbram nem metade do que vislumbrei, a uma comunicação cada vez mais difícil , cada vez mais deficiente, a um novo ano académico, que se iniciaria brevemente com os seus horários rígidos e bem preenchidos, e objectivos exigentes e inócuos, cheio de sabedoria morta, mas altiva e arrogante com complexos territoriais face ao saber simples e fecundo, o saber criativo, de regresso a uma puta de uma sociedade sem perspectivas e sem vontade de as ter. O que estava mal, então, era toda esta merda. Toda esta merda que eu sentia que ameaçava a integridade da minha essência interior. Daí o sentimento dúbio. Não era eu, era a sociedade em que estou envolvido. Pois, sendo assim, há que dizê-lo:
-Quem tem razão aqui sou eu! O indivíduo... E acreditar em nós mesmos e seguir o que sentimos: batendo o pé ou abraçando uma mudança. Não sei, tomando uma posição.
Até porque nós sabêmo-lo. Na maior parte das vezes sabêmo-lo. É evidente! Quem mais pode saber de nós que nós próprios. Sabemos que temos razão. Mesmo que do outro lado esteja uma multidão. O problema é enfrentar a solidão. Enfrentar a solidão e torná-la fecunda.
Mas é engraçado como junto desta divina alegria; sim, divina, pois para mim isto é inequivocamente divino; apareceu, mais uma vez, uma certa onda depressiva que normalmente me atacaria forte e me levaria imediatamente a pensar que algo em mim estava mal. Se estava a sentir aquilo é porque não poderia estar a proceder bem. A velha história da culpabilidade. Contudo estava lúcido o bastante nessa altura e não caí na ratoeira. E digo ratoeira porque o que realmente percebi é que se havia ali algo que não estava a bater certo não era eu certamente. Encontrando-me no fim de um momento verdadeiramente feliz estava de regresso. De regresso ao imobilismo caseiro, à cidade que cada vez vejo mais como algo decadente, sem rumo e sem carácter, de regresso a pessoas que não vislumbram nem metade do que vislumbrei, a uma comunicação cada vez mais difícil , cada vez mais deficiente, a um novo ano académico, que se iniciaria brevemente com os seus horários rígidos e bem preenchidos, e objectivos exigentes e inócuos, cheio de sabedoria morta, mas altiva e arrogante com complexos territoriais face ao saber simples e fecundo, o saber criativo, de regresso a uma puta de uma sociedade sem perspectivas e sem vontade de as ter. O que estava mal, então, era toda esta merda. Toda esta merda que eu sentia que ameaçava a integridade da minha essência interior. Daí o sentimento dúbio. Não era eu, era a sociedade em que estou envolvido. Pois, sendo assim, há que dizê-lo:
-Quem tem razão aqui sou eu! O indivíduo... E acreditar em nós mesmos e seguir o que sentimos: batendo o pé ou abraçando uma mudança. Não sei, tomando uma posição.
Até porque nós sabêmo-lo. Na maior parte das vezes sabêmo-lo. É evidente! Quem mais pode saber de nós que nós próprios. Sabemos que temos razão. Mesmo que do outro lado esteja uma multidão. O problema é enfrentar a solidão. Enfrentar a solidão e torná-la fecunda.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home