30/03/2008

Arrifana - Lisboa - Sintra

Sentado, longe de tudo o que me afasta de mim, procuro sentir-me, libertar-me, respirar!
Levei tanta porrada lá em baixo na cidade, ao regressar.
Mas não foi de ninguém em particular. Todos se portaram muito bem, aparentemente. Incluindo eu. Bem de mais...
A porrada foi ideológica. Que carga de pancada!
(...)
Como aceito eu tal quotidiano? Para sustentar o quê? O quê?!
Muito pouco, quase nada.
Mas tem melhorado...
Pouco. Não, o bastante.
(...)
Afastados daquilo que lhes é essencial procuram segurança e a dependência do amor desesperado, do amor seco.
Tudo o que seja belo e luminoso gostam de o ver ao longe e desta forma se alimentam. Com distância, sem verdadeiro envolvimento. Como exemplares consumistas. Para não dizer canibais ou uéticos.
Mas, mal, diga-se! Mantêm-se sedentos, carentes, perversos e violentos. Pois é assim que nos querem. É assim que se "sobrevive" cá em baixo.
Se o belo e luminoso aparece corporizado, pessoalizado, não transcendental tratam logo de castrá-lo. A sangue frio!
-Que pecado esse de ousar ser feliz.
Matem-no, esfolem-no!
Ele encandeia-nos...