17/03/2008

Morte ou metamorfose?

A paisagem que encontro dentro de mim é de um silêncio sinistro.
Há uma tensão estática em tudo o que vejo,
uma expressão de expectativa em tudo o que me observa.
Só o vento passa e continua
deixando à sua passagem a ideia de que o tempo não pára ou mesmo não existe.
Mas eu não agarro a ideia e a brisa do vento não me seduz.
Algo está para acontecer, algo tem que acontecer.
A terra mexe-se por baixo de mim. Goza com o meu equilíbrio.
E o mar revolta-se com uma imponência nunca antes por mim vista.
Desta vez não posso fingir que aqui não estou, que não faço parte disto tudo, que não preciso de mim!
E também não aguentaria mais uma catástrofe.
Os campos destruídos,
a natureza violentada,
os caminhos apagados,
as vozes caladas.
Não, não quero morrer outra vez.
Não, não quero ressuscitar outra vez.
-Ok, ok, eu oiço-vos!!! Estou aqui, aqui mesmo!
O mundo recua, em imponentes e nobres gestos, com a sua revolta, e oferece-me um pouco de sol.
O meu peito pulsa, e com ele, os meus olhos.
-Porra, como tudo é belo!

1 Comments:

Blogger Elvia Vasconcelos said...

nao sera a vida isso mesmo?a morte, a metamorfose...tudo !

6:06 da tarde  

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