23/07/2005

Valente Cyrano de Bergerac

Para Cyrano, o Amor sempre foi um fortíssimo mas tímido e inseguro desejo, pois nunca foi consumado. Jamais deixou de ser uma querida lembrança, uma doce tristeza, uma quente frustração, uma dúvida corrosiva, um desespero envolvente. Mas era por aqui que ele se orientava. Não tinha alternativa. Logo, cada desafio tomava o carácter de epopeia. E cada hipótese de amor era um escuro, sinuoso e perigoso caminho, onde um monstro que o ameaçava de perder-se a si, aos seus sonhos, e à insegura hipótese de amar e ser amado era um inimigo mortal e de peso. Mas Cyrano, mesmo assim, ousava, cansado e assustado, amar e poder vir a ser amado.
Penso que conseguiu.