19/01/2008

O espírito (II)

As personagens de o romance são pequenos deuses:
- Que traços!

Têm o seu desígnio, o seu carácter, o seu traço. São acabados, são passados, são perfeitos. Entes gravados numa ideia; Quem não acredita em tais entes? Quem pode duvidar dos seus sacrifícios? Da sua vida?
Para mim são verdadeiros. São deuses pois, claro que são. Entrego-me a eles, estou nas suas mãos, o meu dia está com um deles em cada flanco, e o meu amanhã é glorioso como a pior das decadentes vidas deles;
Não é música que ouves no comboio(?), na multidão onde as gentes um pouco inusitadamente, de olhos no chão, por vezes nos olhos, se encontram envergonhadas por tanta intimidade, tanta proximidade? Parece que é música que oiço. Pois é uma vida, é uma tragédia: tudo começa e acaba ali; são momentos de interregno, são pausas para a vida em que a tensão aumenta para desembocar numa saída à pressa por portas já de outro mundo. Passam então os heróis por mim, aqueles que sem saberem têm o fardo de libertar os homens, de dar a vida pela humanidade, aqueles que fazem desta uma divindade: é glorioso como disse.
Estas são as que me acompanham, que me tiram o excesso que me vão sendo.

3 Comments:

Blogger Garcia said...

Stilo! E que bela entrada. Continua, continua...

2:42 da manhã  
Blogger Tomás Machado said...

caralhote pah! caneco e xiça! Fds E cum Caneco! Muito bom pah!

4:56 da tarde  
Blogger J. said...

realmente pouco escreves, mas quando escreves...

4:07 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home