25/09/2005

Capitulo II

Seduziste-me sim, pela vontade de te conhecer melhor, quantas mais portas fechadas em ti, mais chaves tinha vontade de encontrar, respostas para os meus porquês, justificando a tua distância. Aproximo-me de ti mas apenas me sinto carne, num meu utópico dever, ou talvez missão, de em ti entrar e destruir a exteriorização do teu ego, porém, parece-me agora, que em teu mundo só vês carne, não és digna de minha entrega, estás triste e defendes-te cruelmente sem realmente viver. Pois estava, e não sei se estou ainda, disposto a acender luzes na tua escuridão, mas tu impulsionas em mim forças que não são minhas, contra as tuas armas crio escudos no entanto fazes-me sentir fraco e frágil... como tu. Procurava dar-te um pouco do meu saber, e do meu sentir, pois vivo em função do que vibra dentro de mim, mas tu, abafas o meu vibrar e fazes diluir as belas cores com que te queria contemplar, tiras-me a luz e as cores, materializando em comportamentos, o que para mim é o sentir. Só te peço que me digas um caminho, que me dês uma só razão para acreditar, que procuras luz e cor e que acreditas em magia, deixa o egoismo e ensina-me também a tua maneira de pintar. Pois sei que por dentro tens luz e tens cores, só não me dás vontade de pintar.