19/02/2010

Porque amo estas notícias? I

Bem... porque é que eu escolho este tipo de notícias?
Tão só e somente porque gosto de boas notícias.
E porque é que estas notícias são boas?
Agora é que me fodeste!
Para isso tenho que me alongar um pouco mais.
Mas vá lá ver. A questão é, então, a seguinte:
Porque hoje em dia vivemos inundados de desgraças, de dificuldades, de misérias, de catástrofes. Literalmente inundados. No entanto, todas elas são camufladas. Isto é, para ver se me explico bem, são queixinhas. Pressupondo, claro, que normalmente o queixinhas não se queixa em nome da sua verdadeira dor porque não assume a coragem que tal acto envolveria e se limita a criar bodes expiatórios e a rogar pragas ao que mais lhe convém. Vivemos assim, no meu entender, num turbilhão de queixinhas, o que tem como resultado vivermos inundados em dores e violências que estão, coitadas, totalmente desorientadas e desgovernadas. Mas que por isso mesmo, por terem sido indevidamente abandonadas vão-se acumulando e acumulando, umas em cima das outras, sem nome, nem paradeiro o que as torna também mais facilmente manipuláveis.
Contudo o intrigante aqui é que tal aspecto pouco costuma importar ao justo dono e responsável, que obstinadamente renega qualquer afinidade se lhe for devolvida a pobrezita por alguma alma caridosa. E a acrescentar a isso mesmo há o facto dessa acumulação de dores e violência abandonada crescer e reproduzir-se muito rapidamente. Como acontece, afinal de contas, com tudo o que é abandonado. O mais chato nisto tudo mas também o mais relevante é que esse amontoamento que é tratado ora como uma lixeira ora perversamente como instrumento político e económico ou ainda como objecto de assistência social ou bondade cristã provoca um ruído desgraçado e atordoa profundamente as pessoas. No entanto e quase curiosamente esse atordoamento é visto como a mais pura das bençãos. Uma benção tão pura que faz com que os donos das dores progressivamente se esqueçam da afinidade que os unia, dissipando-se assim também, aparentemente, como que por obra da infinita bondade do senhor, a vil violência que ela poderia originar.

Portanto esta é a situação que eu sinto que define a maior parte do quadro em que me encontro.
Uma fantochada soberbamente encenada. Mas as notícias que aqui coloco exprimem uma outra parte do quadro, felizmente. As dores, aqui, são assumidas, a violência devidamente aplicada e o conflito acontece. Seja lá em que moldes for: homicídio, suicídio, loucura, afastamento, entendimento, reconciliação, perdão, paixão ou amor. Sim, amor.
Aqui, como os sintomas estão à flor da pele e o conflito é assumido a vida.... acontece!


Vejamos só o caso do Joseph A. Stack.
Assumiu a sua dor. Sentiu-se, bem ou mal, encurralado, atraiçoado, e morreu em combate com o seu efectivo inimigo. Isto, sim, é um gajo responsável! Tenho a certeza que teve uma morte feliz. Leva intacta a sua honra. O que é raríssimo, hoje em dia. E despertou muita gente.
Grande Joseph!