De comboio pela europa ( Capítulo 1)
A primeira paragem desta viagem foi Barcelona, a minha antiga segunda cidade. Digo antiga porque aquele éden citadino mudou muito, e não foi para melhor.
Ao contrário do que se passou da última vez que passei por lá, quando fiquei hipnotizado por aquela vida, agora senti uma tensão no ar, menos alegria e liberdade, mais caras fechadas e entraves à descontracção. Apesar desta mudança ainda me diverti bastante, principalmente durante o dia, onde aquelas ruas sinuosas e a vida boémia da cidade continuam a palpitar, mas também me diverti pela sempre fabulosa companhia do Rui e do Nuno. Os nossos amigos estavam a poucos dias de voltar a Portugal depois de um mês de aprendizagem musical numa escola catalã.
Quando deixámos Barcelona, com eles os dois roídos de inveja, eu e o Garcia dirigíamo-nos a Munique. A meio do caminho decidimos mudar a nossa rota até Ljubljana, Eslovénia. Foi uma viagem serenamente magnífica, trocando de comboios aqui e ali, num total de 28 horas de paisagem verdejante e imponente.
Em Ljubljana esteve-se bem. Conhecemos pessoas incríveis, verdadeiros gentlemans, como diria o meu companheiro de viagem. Registo o André e o Vinko. O André levou-nos a almoçar num restaurante à nossa medida e deu-nos umas preciosas dicas sobre a cidade. O Vinko guiou-nos na primeira noite até ao nosso hostel e até Metelkova, sem dúvida um cativante refúgio artístico e revolucionário, composto por alguns pavilhões antigos decorados por grafittis, esculturas, e outras peças de arte de diversos estilos. À noite havia sempre um bar para nós, errantes, e os jovens que preenchiam aquele espaço fantasma chamado Metelkova eram marcadamente ávidos.
Depois de duas noites em Ljubljana acordámos com o bichinho da viagem a sussurrar no nosso ouvido novamente. Levantámo-nos determinados a seguir para outra e abraçámos o conselho do André: Bohinj.
Bohinj é uma vila que descansa entre gigantes montanhas, junto a um enorme lago, límpido e cristalino. Apanhámos o autocarro de Ljubljana até lá. Usufruímos de três dias mais tranquilos, genuínos e refrescantes, rodeados por uma paisagem natural surreal, de tão abundante que é. Árvores luminosas, um lago translúcido, comidinha boa, uma cascata selvagem e um parque de campismo envolvente e acolhedor. Sim, utilizámos a nossa tenda novinha em folha, finalmente. Depois de trilhar pelas verdes montanhas de quase dois quilómetros de altura, e de uns quantos mergulhos no lago, aqui estamos nós no centro de Bohinj. Eu bebo uma cerveja, o Garcia lê o seu livro, e ambos nos preparamos para ir tomar o nosso último jantar nesta terra. Amanhã partimos para a Croácia, errando.
Já lá vão oito dias desde o início da viagem!
Bohinj, 26/7/2008, 20:00
Ao contrário do que se passou da última vez que passei por lá, quando fiquei hipnotizado por aquela vida, agora senti uma tensão no ar, menos alegria e liberdade, mais caras fechadas e entraves à descontracção. Apesar desta mudança ainda me diverti bastante, principalmente durante o dia, onde aquelas ruas sinuosas e a vida boémia da cidade continuam a palpitar, mas também me diverti pela sempre fabulosa companhia do Rui e do Nuno. Os nossos amigos estavam a poucos dias de voltar a Portugal depois de um mês de aprendizagem musical numa escola catalã.
Quando deixámos Barcelona, com eles os dois roídos de inveja, eu e o Garcia dirigíamo-nos a Munique. A meio do caminho decidimos mudar a nossa rota até Ljubljana, Eslovénia. Foi uma viagem serenamente magnífica, trocando de comboios aqui e ali, num total de 28 horas de paisagem verdejante e imponente.
Em Ljubljana esteve-se bem. Conhecemos pessoas incríveis, verdadeiros gentlemans, como diria o meu companheiro de viagem. Registo o André e o Vinko. O André levou-nos a almoçar num restaurante à nossa medida e deu-nos umas preciosas dicas sobre a cidade. O Vinko guiou-nos na primeira noite até ao nosso hostel e até Metelkova, sem dúvida um cativante refúgio artístico e revolucionário, composto por alguns pavilhões antigos decorados por grafittis, esculturas, e outras peças de arte de diversos estilos. À noite havia sempre um bar para nós, errantes, e os jovens que preenchiam aquele espaço fantasma chamado Metelkova eram marcadamente ávidos.
Depois de duas noites em Ljubljana acordámos com o bichinho da viagem a sussurrar no nosso ouvido novamente. Levantámo-nos determinados a seguir para outra e abraçámos o conselho do André: Bohinj.
Bohinj é uma vila que descansa entre gigantes montanhas, junto a um enorme lago, límpido e cristalino. Apanhámos o autocarro de Ljubljana até lá. Usufruímos de três dias mais tranquilos, genuínos e refrescantes, rodeados por uma paisagem natural surreal, de tão abundante que é. Árvores luminosas, um lago translúcido, comidinha boa, uma cascata selvagem e um parque de campismo envolvente e acolhedor. Sim, utilizámos a nossa tenda novinha em folha, finalmente. Depois de trilhar pelas verdes montanhas de quase dois quilómetros de altura, e de uns quantos mergulhos no lago, aqui estamos nós no centro de Bohinj. Eu bebo uma cerveja, o Garcia lê o seu livro, e ambos nos preparamos para ir tomar o nosso último jantar nesta terra. Amanhã partimos para a Croácia, errando.
Já lá vão oito dias desde o início da viagem!
Bohinj, 26/7/2008, 20:00
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