12/06/2007

O pêssego

É de manhã. A casa está bastante iluminada.
Estou na sala a comer um pêssego.
A degustá-lo, a vislumbrá-lo.
A sua casca macia e felpuda. As suas cores, estonteantes na sua particular variedade, na sua intensidade. Todas elas, parecem dar-se bem no meio desta abundância. Todas elas parecem ter algo a dizer-me. Algo que me diz muito.
Quase demais. Estou arrebatado!
Chega a lembrar o fogo, o pôr do sol, também, sei lá.

O engraçado é que estou só a comer um pêssego. Só. E concentrado no que estou a fazer.
Mas é em momentos como este, precedidos por outros, que ajudam a proporcioná-lo; momentos esses que não são de desprezar, longe disso, mesmo; que por vezes sinto um enorme prazer em viver.
É como se por descuidos inconscientes eu tomasse intuitivamente noção do que é ser o meu ser.
São pequenos grandes momentos que têm vindo a reaparecer. Felizmente.
Não é por qualquer razão que voltei a pegar nas músicas do John Lennon.
O que não é feito pequeno, esse.

1 Comments:

Blogger Ivan Ferreira said...

Grande Garcia!!
Escreves muito bem! Parabéns!
Relativamente ao conteúdo, compreendo a tua luta! Percebe-se que estás no bom caminho!
Na minha opinião, felicidade é isso, é sentir prazer nas pequenas coisas que preenchem o nosso quotidiano!
Grande Abraço

9:25 da tarde  

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