“O que se irrita justificadamente nas situações em que se deve irritar ou com as pessoas com as quais se deve irritar, e ainda da maneira como deve ser, quando deve ser e durante o tempo em que deve ser, é geralmente louvado. Quem assim for é gentil.(…)Os que não se irritam quando têm motivo parecem parvos, o mesmo quando não se irritam de modo correcto, nem quando devem, nem com aqueles que devem. Parece até que não sentem a injúria ou não sofrem com ela. Mas se não se irritarem não conseguem defender-se, e aguentar um insulto ou tolerar os insultos feitos a terceiros é uma característica de subversão(…) Na verdade, o mal destrói-se a si próprio, e se for integral, torna-se insuportável(…)Os que são extremamente susceptíveis depressa afinam(…). A revolta faz cessar a ira, pois faz nascer dentro deles um doce prazer, ao expulsar a amargura do sofrimento. Pois, se não conseguirem rebeliar-se, vivem como que a carregar um fardo pesado(…)Dizemos, então, que têm um feitio difícil aqueles que se zangam com as coisas que não devem, ou mais do que devem ou ainda durante mais tempo do que devem;(…)”
Ira é um sentimento mental e emotivo de conflito com o mundo externo ou consigo mesmo, que controlamos pouco e manejamos pior ainda, deixando-nos fora de nossas acções. Essa explicação quer dizer que a ira é uma emoção que surge em nossa mente devido a um acontecimento especial ocorrido, seja no meio em que a pessoa está ou com ela mesma, diante de alguma situação qualquer. Ou seja, a ira pode reflectir-se tanto contra os outros quanto em si próprio. Quando surge a ira, somos tomados pelas emoções de tal forma que perdemos a racionalidade, deixando-nos fora de nosso juízo normal, podendo nos levar a cometer erros da qual nos arrependeremos posteriormente.
Por ter componentes irracionais, a ira não deve ser confundida com o ódio, que pode atingir seus objectivos destrutivos somente pela racionalidade. A ira é uma explosão forte de um sentimento ruim, proveniente de uma contrariedade, de uma desilusão, de um acontecimento inesperado e mau, de uma inconformidade ou de uma culpa. Essa explosão, quando ocorre, faz com que o indivíduo perca a noção dos seus actos, fazendo-o agir irracionalmente.
Aristóteles
Eu zango-me muito, porque amo muito.
Ninguém se zanga comigo...
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