27/11/2006

O contrato

Mundo:

Eu sonhei com árvores, mas tu deste-me sementes.
Senti-me atraiçoado, enganado!
Passei a odiar-te!
Reneguei-te...

Contudo, depressa fiquei carente, esfomeado e sozinho.
Não tive remédio senão a ti voltar.

Mas voltei de cabeça baixa, costas curvadas e braços descaídos.
Voltei passivo e tudo aceitei.
A cultura resultou fraca, desorganizada e sem alma.
Faltava ali eu!

Não nos conseguia conciliar. Ou eras tu ou era eu.
Mas a certa altura, tu já nada eras sem mim e eu já nada era sem ti.

Mundo preciso que acordemos o seguinte: o contrato que faremos respeitará as duas partes.
Eu aceitarei as sementes e serei um bom agricultor.
Mas tu promete-me solos férteis e um clima favorável.

Assim, os dois teremos árvores!

Preciso de acreditar em ti para acreditar em mim.
E penso que o mesmo se passa contigo...

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

cada vez gosto mais da tua escrita.

(porque para quem le e escreve, uma boa escrita e como observar atraves de uma janela limpa)

daqui TODO PODEROSO
ESCUTO OVER

10:42 da tarde  

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