15/07/2005

"Os rótulos"

Transmitem a seguinte ideia:
Eu sou feliz na medida em que não sou infeliz.
Eu sou forte na medida em que não sou fraco.
Eu sou equilibrado na medida em que não sou desequilibrado.
Eu sou inteligente na medida em que não sou estúpido.
Eu nutro afecto por mulheres na medida em que não nutro afecto por homens.
Eu sou um vencedor na medida em que não sou um perdedor.
Eu sou de esquerda na medida em que não sou de direita.
Eu tenho bom gosto na medida em que não tenho mau gosto.
Eu sou corajoso na medida em que não tenho medo.
Eu sou desinibido na medida em que não sou tímido.
Eu sou divertido na medida em que não incomodo.
Eu sou activo na medida em que não sou inactivo.
Eu sou saudável na medida em que não sou doente.
Eu sou normal na medida em que não sou anormal.

Que tipo de sistema mais repugnate e medíocre, com o qual, desleixados, muitas vezes, nos analisamos a nós e aos outros...
Os rótulos esmagam-nos. Invertamos a situação e esmaguemos os rótulos.
Se quiserem conhecer uma pessoa, reconheçam-na como tal.
Eu não sou nada disto, sendo tudo isto e muito mais.
Eu sou o Pedro Garcia.
Se me quiserem conhecer...
Foda-se! Reconheçam-me!