23/10/2007

O orgão das memórias sentimentais nasceu já trabalhando.
Cresceu comigo e depressa se habituou aos percalços da vida.
A terra girou e girou .
Um dia parou para observar, surprendido ficou ao ver que
mais nada mexia.Que afinal o seu recheio era ar.
Estava oco, sozinho e escuro.
Mirrou, contraiu-se sem nada poder fazer e expulsou o ar.


Desfez-se como uma onda e deixou-se levar pela corrente.
Desfeito , rendeu-se à água e à ríspida areia.
Desistiu.
Desisto.