O novo Camões, "O profeta do terceiro milénio"
Ao acabar de ler "educação de portugal" do Agostinho Da Silva surgiu-me logo o impulso de reunir os melhores momentos literários. Mas rápidamente me apercebi que era uma tarefa impossível, pois o brilhantismo é, ali, algo ininterrupto. Portanto se o fizesse estaria a empobrecer a obra pois toda ela é sumo.
No entanto não resisto a uma citação:
"Creio, primeiro que o mundo em nada nos melhora, que nascemos estrelas de ímpar brilho, o que quer dizer, por um lado, que nada na vida vale o homem que somos, por outro lado que homem algum pode substituir outro homem. Penso, portanto, que a natureza é bela na medida em que reflecte a nossa beleza, que o amor que temos pelos outros é o amor que temos pelo que neles de nós se reflecte, como o ódio que lhes sintamos é o desagrado por nossas próprias deficiências , e que afinal Deus é grande na medida em que somos grandes nós mesmos: o tempo que vivemos, se for mesquinho, amesquinha o eterno.
E penso, quanto à segunda parte, que todo o homem é diferente de mim, e único no universo; que não sou eu quem sabe o que é melhor para ele, não sou eu que lhe tenho que traçar o caminho; com ele só tenho o direito, que é ao mesmo tempo um dever: o de o ajudar a ser ele próprio; como o dever essencial que tenho comigo é o de ser o que sou, por muito incómodo que tal seja, e tem sido, pra mim mesmo e para os outros. Quanto aos outros, até, e sobretudo, no amor se tem de ter cuidado; gostar dos outros e lhes querer bem tem sido o motivo de muita opressão e de muita morte dos espíritos que vinham para viver; é esta uma das boas intenções de que mais está cheio o inferno; não tens essecialmente de amar nos outros senão a liberdade, a deles e a tua; têm, pelo amor, de deixar de ser escravos, como temos nós, pelo amor, de deixar de sermos donos do escravo."
No entanto não resisto a uma citação:
"Creio, primeiro que o mundo em nada nos melhora, que nascemos estrelas de ímpar brilho, o que quer dizer, por um lado, que nada na vida vale o homem que somos, por outro lado que homem algum pode substituir outro homem. Penso, portanto, que a natureza é bela na medida em que reflecte a nossa beleza, que o amor que temos pelos outros é o amor que temos pelo que neles de nós se reflecte, como o ódio que lhes sintamos é o desagrado por nossas próprias deficiências , e que afinal Deus é grande na medida em que somos grandes nós mesmos: o tempo que vivemos, se for mesquinho, amesquinha o eterno.
E penso, quanto à segunda parte, que todo o homem é diferente de mim, e único no universo; que não sou eu quem sabe o que é melhor para ele, não sou eu que lhe tenho que traçar o caminho; com ele só tenho o direito, que é ao mesmo tempo um dever: o de o ajudar a ser ele próprio; como o dever essencial que tenho comigo é o de ser o que sou, por muito incómodo que tal seja, e tem sido, pra mim mesmo e para os outros. Quanto aos outros, até, e sobretudo, no amor se tem de ter cuidado; gostar dos outros e lhes querer bem tem sido o motivo de muita opressão e de muita morte dos espíritos que vinham para viver; é esta uma das boas intenções de que mais está cheio o inferno; não tens essecialmente de amar nos outros senão a liberdade, a deles e a tua; têm, pelo amor, de deixar de ser escravos, como temos nós, pelo amor, de deixar de sermos donos do escravo."
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